capítulo 14

**Narrado por Miguel Satamini**

Decidi deixar o bar mais cedo do que o habitual para mim e, definitivamente, mais tarde do que a minha paciência aguentava. Renato ainda se divertia com uma piada que, claramente, não merecia tanta atenção. Isadora havia saído, deixando no ar um traço de seu perfume doce, quase enjoativo, insistente como o eco de uma canção ruim que se recusa a desaparecer. Do lado de fora, a cidade exalava um calor sufocante. Respirei fundo a noite que se misturava ao asfalto e pedi o carro.

Enquanto dirigia, baixei a janela na esperança de que o vento proporcionasse algum alívio. Mas não surtiu efeito. O ar permanecia denso e pegajoso. O sinal vermelho me prendeu em sua imobilidade, como se o tempo tivesse parado. E, no meio do caos do trânsito, uma vez mais aquela lembrança surgiu: o verde dela. Brilhante. O silêncio que pesava. A resposta que soava clara. O controle que me escapava.

Desprezar o que a mente insiste em trazer à tona sem a minha permissão é uma tarefa
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