Narrado por Miguel Satamini
Renato ainda estava em um estado de alegria, rindo, com o copo tilintando em sua mão, quando se inclinou em minha direção, seus olhos brilhando com uma malícia evidente.
— Mas me diz, Satamini… esse compromisso que você tem… — ele fez uma pausa propositada, lançando um olhar para a morena que estava em seu colo e depois para mim, como se estivesse prestes a soltar um segredo. — É mulher ou trabalho?
A pergunta ficou suspensa no ar, carregada da curiosidade quase infantil dele, mas com a malícia típica de alguém que adora cutucar feridas alheias.
Mantive os olhos fixos no copo d'água que tinha à minha frente. O gelo derretia, girando em círculos, revelando-se como algo bem mais interessante do que qualquer provocação que Renato pudesse lançar.
— Não é da sua conta. — respondi de forma seca, sem desviar o olhar.
Renato soltou uma gargalhada, inclinando-se para trás novamente, satisfeito. — Ah, meu amigo… quando você não responde, isso já é uma resposta.