O calor do abraço da minha mãe estava presente, aconchegante e forte, mesmo quando ela afastou levemente o rosto para me observar. Seus olhos castanhos tinham uma intensidade que me prendia, como se fossem uma âncora que me impedia de escapar.
— Clara, antes de poder amar outra pessoa, você precisa aprender a se amar — ela disse, cada palavra soando firme, como se fossem golpes de um martelo. — Aceite-se como você é. Aceite-se do jeito que a vida te moldou.
Senti minha garganta apertar. Balancei a cabeça lentamente, tentando protestar.
— Mas eu não sou como as outras, mãe — minha voz saiu trêmula e rouca. — Eu não posso nem cogitar pegar sol. Não posso sair sem blusa de manga, sem protetor solar, sem remédio. Eu não posso… viver como as outras.
As lágrimas surgiram inesperadamente, escorrendo pelo meu rosto. A angústia transbordava em mim, e eu me perguntei: quem iria querer alguém assim?
Minha mãe respirou profundamente, como se estivesse segurando a própria dor, e apertou meus