Priscila Narrando
Acordei com aquele incômodo no peito. Sabe quando a gente sente que algo tá pra acontecer, mas não sabe o quê? Pois é. E pra completar, meu celular apitou com uma mensagem de número desconhecido:
— Será que o Everton sabe mesmo quem é você?
Fiquei olhando aquela frase por uns bons segundos. O coração disparou. Mas não... não era medo. Era raiva. Cansaço. Tédio de ter que lidar com esse tipo de ameaça velada de novo. Respirei fundo, deletei a mensagem e fui preparar o café.
Everton desceu logo depois, ainda com o cabelo bagunçado e aquele olhar preguiçoso que me fazia sorrir por dentro. A presença dele era o que me mantinha firme. Me lembrava que eu não precisava mais viver com medo do passado.
— Dormiu bem? — ele perguntou, me dando um beijo no ombro enquanto eu passava manteiga no pão.
— Tive uns sonhos confusos... mas tô bem. — tentei disfarçar o peso da mensagem, mas ele me olhou com aquele jeito dele que parecia ver além da superfície.
— Tem certeza?
Balancei a