Sophie Narrando
Eu saí do escritório com o coração em chamas. Cada palavra que o Everton disse martelava na minha cabeça como se fossem socos. "Ela é tudo o que você nunca foi." Ele teve coragem de dizer isso pra mim. PRA MIM!
Entrei no carro, bati a porta com força e respirei fundo. Eu tremia. De raiva, de mágoa, de humilhação. Mas principalmente... de ódio. Ele me escolheu. Durante anos, fui eu quem esteve ao lado dele, nos piores e melhores momentos. E agora? Agora ele se derrete por uma mulher que mal conhece, que apareceu do nada, cheia de mistérios, cheia de "verdades"?
Eu liguei o carro e saí derrapando, sem rumo, sem pensar. Só queria me afastar daquele lugar, daquele olhar dele que já não era mais meu. Mas eu jurei pra mim mesma, olhando o próprio reflexo no retrovisor, com os olhos marejados e a alma em cacos:
— Isso não vai ficar assim.
A Priscila não vai sair por cima. Ela não vai tirar ele de mim e sair ilesa. Eu vou desmascarar cada pedacinho da vida dela. E se o Everto