Sophie Narrando
Eu estava sentada no sofá, com uma taça de vinho na mão, observando a cidade pela janela. As luzes piscavam lá fora como se o mundo estivesse dançando por mim, como se tudo ainda estivesse sob controle. Mas não estava. Não do jeito que eu queria.
A postagem sobre a Priscila… foi só o começo. Eu queria ver ela ruir. Queria vê-la duvidar de si mesma, questionar cada passo. Porque, se ela achava que podia simplesmente tirar o Everton de mim, precisava aprender que nada vem de graça.
Mas alguma coisa me dizia que aquilo ia voltar pra mim. Uma intuição estranha, incômoda. Desde que Neuza apareceu na empresa e me olhou como se soubesse. Como se tivesse lido minha alma. A mãe da Priscila tem um olhar de quem já enterrou gente com o olhar.
Suspirei fundo.
Não era pra ser assim. Eu e o Everton éramos perfeitos. Ele dizia isso. Ele me amava. A culpa é dele por ter se deixado levar por um rostinho bonito, por uma historinha triste de mulher ferida. Eu conheço homens. Eles gostam