Priscila Narrando
Eu sabia que alguma coisa estava por vir. O jeito do Everton nos últimos dias, os olhares sérios, as conversas abafadas no telefone… Tudo indicava que ele estava preparando algo grande. Mas eu não imaginava que tivesse a ver com a Sophie — de novo.
Acordei com a casa silenciosa. Luizinho ainda dormia, todo encolhido na cama, abraçado com o travesseiro. Fiquei uns minutos só olhando pra ele, tentando absorver aquele pedacinho de paz antes que o caos recomeçasse.
Desci pra cozinha, preparei um café e tentei ignorar o aperto no peito. Quando Everton apareceu na porta, já vestido, com o olhar carregado, senti que a bomba ia estourar.
— Aconteceu alguma coisa? — perguntei, deixando a caneca de lado.
Ele me encarou por um segundo, depois caminhou até mim e pegou minhas mãos.
— Chegou a hora, Pri. Eu coloquei tudo nas redes. Cada prova, cada mentira, tudo que a Sophie fez. Agora não tem mais volta.
Senti meu coração acelerar. Parte de mim estava aliviada, a outra parte...