Estevão narrando
A sala ainda tava cheia de risada, daquelas que saem fácil quando o coração tá leve. As caixinhas de convite dos padrinhos estavam sobre a mesa, e a pequena TomTom dormia no colo da Ana Kelly como se nada no mundo pudesse tocá-la. Olhar praquilo me dava um nó bom na garganta. Aquela paz, depois de tudo que a gente viveu, era quase surreal.
Me encostei no batente da porta, com o braço cruzado, observando os dois sentados no sofá. O Anthony tinha um jeito diferente quando tava com a filha no colo. Mais sereno, mais completo. Ana Kelly tava com um brilho no olhar que nem toda dor do mundo conseguiu apagar.
— E aí, irmão… já pensou em voltar pra casa? — soltei, só pra ver a reação.
Anthony olhou pra mim com uma cara de “não me apressa”, mas nem precisou responder. Quem respondeu foi o sogrão.
— Se depender de mim e da Luísa, eles não voltam nunca mais pra casa deles. Quero as duas aqui, debaixo dos meus olhos.
Soltei uma risada baixa, mas aquilo ali me emocionou. Porque e