Anthony narrando

O café da manhã terminou em clima leve, mas meu corpo continuava alerta. Não bastava estar com a Ana Kelly e com a minha filha nos braços — eu precisava ter certeza de que nada mais ameaçaria minha família.

Foi meu pai quem chamou: a reunião aconteceria ali mesmo, na sala de estar. Estevão e Pablo já estavam sentados quando entrei. O semblante dos dois era sério, profissional. Meu pai acenou com a cabeça e me esperou sentar.

— A casa é segura — Pablo começou, direto ao ponto. — Fizemos uma varredura ontem à noite e outra hoje de manhã. Não há escutas, não há vigilância. E a movimentação nas redondezas voltou ao normal.

— E a segurança ao redor? — perguntei, cruzando os braços, tentando manter o tom mais neutro do que minha preocupação queria permitir.

— Redobrada — Pablo respondeu com firmeza. — Temos dois seguranças fixos em pontos estratégicos, e alternamos viaturas não identificadas circulando no perímetro. Se alguém ousar aparecer por aqui, não chega nem a tocar o