Sr Carter Narrando
O vento cortava o céu como navalha, e o barulho das hélices batia como um martelo dentro da minha cabeça. Eu tentava manter a calma, mas meu peito parecia explodir. O rádio chiava o tempo inteiro, mas tudo o que eu conseguia focar era na imagem do helicóptero à frente… e do meu filho pendurado nele.
Anthony.
Meu menino.
Agarrado com todas as forças no trem de pouso, desafiando a gravidade, o medo e a própria morte… por amor. Por nossa neta.
— Não deixa ele cair… pelo amor de Deus, não deixa ele cair… — eu sussurrava sem parar, quase como uma reza, como um mantra, enquanto olhava o piloto do nosso helicóptero.
— Mantenha distância, mas continue na cola. A qualquer sinal de pouso, a gente vai com tudo — eu disse firme, embora por dentro eu estivesse em frangalhos.
Pablo estava ao meu lado, com os olhos fixos, as mãos travadas nas laterais. Marcelo falava com o rádio tentando contato com a base, com a voz embargada. Estevão suava frio, murmurando “aguenta firme, irmão