Anthony Narrando
Eu andava de um lado pro outro dentro daquele quarto, com o coração batendo descompassado e uma raiva que me queimava por dentro. O celular grudado no meu ouvido, e nada. Só a maldita secretária eletrônica da polícia.
Desliguei. Liguei de novo.
— Isso não vai ficar assim… — murmurei entre os dentes. — Se não trouxerem minha filha de volta agora, eu acabo com esse hospital inteiro.
Me virei pra enfermeira que apareceu na porta, com uma cara de assustada.
— Eu quero falar com o diretor. Agora. E exijo as imagens das câmeras de segurança. Cada corredor, cada saída. Isso é um sequestro! E vocês vão pagar caro.
A Ana chorava na cama. Meu peito doía de ver ela daquele jeito. Luísa tava ali do lado dela, tentando acalmar, passando a mão no cabelo dela, falando baixo, mas eu sabia... nada do que ela dissesse ia trazer paz naquele momento.
— Respira, minha querida, vai dar tudo certo... — dizia Luísa.
— Eu não consigo respirar, Dona Luísa… Eu tô sentindo que eu vou morrer… —