Ana Kelly narrando
Acordei com o coração acelerado, a testa encharcada de suor frio e o peito apertado como se faltasse ar. Sentei na cama num impulso, o travesseiro caiu no chão e minha voz saiu em um grito desesperado:
— Anthony!
Ele se levantou de um salto da poltrona onde estava dormindo, os olhos ainda perdidos, tentando entender o que tava acontecendo.
— O quê? O que foi, amor? — ele perguntou, assustado, se aproximando da cama, já procurando por algum sinal de dor.
— Cadê a Antonela? — perguntei com a voz embargada, olhando desesperada para o berço ao lado da cama.
Estava vazio.
Minha respiração acelerou de imediato, o coração martelando dentro do peito.
— Anthony, cadê a nossa filha? A Antonela sumiu! Ela tava ali!
Ele arregalou os olhos e correu até o bercinho, olhando de cima a baixo como se ela pudesse estar escondida debaixo do cobertor — mas não tava. O bercinho tava completamente vazio, apenas a mantinha dobrada e o bichinho de pelúcia num canto.
— Calma, calma, amor… —