Ana Kelly Narrando
A gente subiu devagar depois do jantar, ele com o braço me envolvendo como se quisesse me proteger do mundo inteiro. No banheiro, entre risos e escovas de dente, a leveza tomou conta. Era estranho sentir paz depois de tudo que a gente viveu, mas ali, naquele momento, só existia nós dois.
— Escova direito, amor — ele falou com aquela voz grossa, brincando, e eu quase engasguei de tanto rir.
— Para de me olhar assim, tá me desconcentrando — falei de boca cheia de espuma.
Ele se aproximou, passou a mão na minha cintura e beijou minha testa. Quando terminamos, fomos direto pra cama. Eu deitei primeiro, sentindo o colchão me abraçar, e ele veio logo em seguida, puxando o edredom e se deitando ao meu lado.
— Tá confortável? — ele perguntou, os olhos em mim.
— Tô... — murmurei, puxando ele pela nuca pra um beijo lento.
O beijo começou leve, mas a intensidade cresceu, como se nossos corpos estivessem tentando matar a saudade um do outro. Minhas mãos desceram por debaixo do