Brenda Narrando
O toque do celular me pegou no meio da tarde, no exato momento em que eu tava organizando meus pensamentos pra ir tirar satisfação com a Ana Kelly. Número estranho. Restrito. Atendi na defensiva, sem imaginar o impacto.
— Alô?
A voz do outro lado era seca, direta, fria. Oficial. “Presídio Central de Porto Alegre, senhora Brenda Nogueira?” Meu coração travou. “Infelizmente, viemos comunicar que o detento Vinícius Almeida tentou empreender fuga na manhã de hoje e veio a óbito após confronto.”
Foi como se o mundo tivesse me dado um tapa na cara.
A garganta fechou. A mão que segurava o telefone perdeu a força. O aparelho escorregou, caiu no chão e fez um barulho surdo. Fiquei ali, parada. O corredor parecia girar, o ar sumiu, o peito começou a doer.
Vinícius… morto?
Aquilo não fazia sentido. Ele ia sair, ele tinha planos, ele me prometeu. A gente ia recomeçar. Ele me disse que me amava, que só precisava resolver algumas coisas… e agora isso?
A raiva veio quente, voraz, qu