Capítulo 21

Caine

É impressionante como a vida gosta de rir da minha cara. Algumas horas atrás, eu estava com Laura presa entre meus braços, gemendo meu nome como se o mundo fosse acabar. Agora, estou sentado no sofá, com um termômetro na mão, tentando convencer um garoto de seis anos de que abrir a boca para tomar remédio não é um ato de tortura medieval.

— Vamos lá, Elijah. Só uma colher. Não vai doer. — Tento ser paciente, mas minha voz continua mais áspera do que deveria.

Ele cruza os braços e faz uma careta. — Tem gosto de pum.

Quase rio, mas me seguro. — Você já provou pum pra saber?

Ele me olha sério, como se tivesse acabado de me vencer em um argumento impossível. — Não. Mas eu sei que tem gosto ruim.

Respiro fundo, lembrando das palavras de Nathan na ligação: “Ele te ama, Caine. Seja gentil.”

Gentil. A palavra ainda soa estranha quando aplicada a mim. Mas, pelo garoto, eu tento.

— Escuta, campeão. Se você tomar o remédio, amanhã a gente… sei lá… pode montar aquele foguete de brinquedo q
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