Patrícia percebeu que havia chegado a um ponto sem retorno quando o silêncio começou a falar mais alto do que qualquer ameaça.
Não havia novas mensagens de Bianca. Nenhuma nota maldosa na imprensa naquela manhã. Nenhum movimento aparente. E, para alguém como Bianca, isso era barulho demais.
O silêncio, ela sabia, era preparação.
Patrícia estava sentada à mesa da varanda, observando o céu claro e sentindo a brisa leve tocar o rosto. O corpo estava cansado, mas a mente permanecia desperta, alerta, estratégica. Ela havia aprendido rápido que não podia se dar ao luxo de relaxar completamente.
Levou a mão à barriga, sentindo um leve incômodo. Não dor. Apenas presença.
— Nós estamos bem — disse em voz baixa. — Mas precisamos continuar inteligentes.
Enzo apareceu com duas xícaras de chá e se sentou à frente dela. Ele não falava imediatamente. Aprendera que Patrícia não precisava de interrupções. Precisava de espaço para pensar.
— O conselho pressionou — ele disse por fim. — Querem que eu faç