Óculos

A frase cai como uma bomba.

Viro o rosto devagar. Meus olhos arregalados, o corpo congelado.

— Senhorita, por favor, você precisa sair daqui. Não é seguro — diz o policial ao meu lado.

— N-não… — a palavra escapa como um soluço. — Mas… meu namorado… o Tristan… ele…

Minhas pernas falham. Me agarro ao policial por instinto.

— Eu sinto muito — ele diz, baixo. — Mas… aparentemente… não há sobreviventes.

Não há sobreviventes.

Essa frase se repete como um eco insuportável dentro da minha cabeça. Como se cada sílaba cravasse uma faca diferente em meu peito.

Então vem. Um grito. Um som que dilacera o silêncio, que faz as pessoas se calarem, que rasga o ar.

Sou eu.

Sou eu gritando como nunca gritei. Como se o universo precisasse sentir a dor que me rasga. Como se gritar fosse a única maneira de impedir meu coração de explodir dentro do peito.

Caio de joelhos. O mundo gira, mas eu fico ali. Com a terra sob os dedos e o peito em carne viva. O policial tenta me erguer. Me diz algo.
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