O sol batia forte logo cedo, escorrendo como ouro líquido entre as folhas dos coqueiros que cercavam a pequena praia da ilha. Eu podia ouvir o som preguiçoso das ondas quebrando com suavidade na areia clara, misturado às risadas abafadas de Ivana, que já reclamava do calor desde que descemos pela trilha de pedras que levava até o mar.
— Como vocês conseguem viver com esse sol? — ela resmungou, ajeitando o enorme chapéu de aba larga na cabeça e os óculos escuros tortos no rosto. — Eu vou evaporar até meio-dia, juro.
Eu ri, jogando o corpo na espreguiçadeira de madeira com a toalha por cima.
— Isso porque ainda nem é verão de verdade. Se eu te levar pra Ipanema em janeiro, você desmaia só de respirar.
Ela bufou, revirando os olhos com drama.
Estava linda, como sempre. Usava um maiô branco de gola alta, elegante demais para aquele cenário, como se tivesse sido desenhado pra um editorial e não pra um mergulho. Mesmo assim, parecia desconfortável — não com o corpo, mas com o sol. Ru