vana passou boa parte do dia envolvida demais em reuniões com os fornecedores, cuidando dos detalhes da montagem da exposição. Era fácil entender por que Tristan confiava nela. Ela sabia exatamente como se mover — com firmeza, com graça, com charme. Não me incluiu nos compromissos, e eu não reclamei. Melhor assim. Passei horas caminhando pela propriedade, explorando a casa, os jardins, o píer de madeira que levava até o mar calmo. Me alojei no quarto de hóspedes mais afastado, com varanda voltada para o lado oposto da praia.
Lá de cima, podia ver a movimentação de pessoas chegando com obras cobertas por tecidos de linho cru, grandes molduras sendo desembarcadas, empilhadas com cuidado. A ilha estava sendo preparada para algo íntimo, sofisticado — uma exposição privada que, em qualquer outra circunstância, me deixaria impressionada. Mas eu conhecia Tristan. Sabia que cada tela ali carregava partes do que ele não dizia. E sabia, também, que a maioria das pessoas naquela ilha não fazia