A pergunta ficou suspensa no ar, carregada de uma dor que não era só dele. Era minha também. Eu devia dizer que sim. Devia gritar, cuspir tudo que ele me fez sentir. Mas minhas palavras saíram diferentes.
— Eu achei que você tinha morrido. Sabe o que é isso? Acordar todos os dias esperando que seja mentira. Passar anos olhando pro nada, tentando entender como seguir com um buraco no peito? E aí você volta. Vivo. E me olha como se eu fosse a traidora.
O rosto dele mudou. A rigidez cedeu espaço a uma sombra de arrependimento.
— Eu voltei, Catarina. Vi você com ele. E achei que… que o amor tinha sido só meu.
— Stevan… é complicado, Tristan. Eu estava vulnerável,. E eu… eu estava quebrada. Você não imagina o que foi viver achando que você estava morto.
Ele fechou os olhos por um segundo. Respirou fundo. Depois voltou a me encarar.
— E ainda assim, você está aqui.
— Estou.
— Por quê?
Engoli a resposta. Havia tantas. Mas nenhuma cabia em palavras simples.
— Talvez porque eu tam