Celina Alves
Lorenzo é tão ciumento… e a raiva que ele sente é tão intensa… que nem percebeu que ainda uso a aliança que ele me deu.
Como ele pode pensar que sofreu mais do que eu?
Como pode me odiar sem ao menos escutar a verdade?
Aquele homem encostou em mim por segundos, e Lorenzo viu aquilo com os olhos do ciúme. Foi o suficiente para acionar seu gatilho. Agora, seu ódio mortal está direcionado a mim.
Estou ferrada.
Era para eu o odiar também, não era?
Mas eu não consigo.
Por mais que eu tente, nunca consegui esquecer o que vivi ao lado dele. Porque, com Lorenzo, eu fui verdadeiramente feliz.
Com os dedos trêmulos, disquei o número da minha melhor amiga. Nem pensei na hora. O medo apertava meu peito, e minha mente só gritava: liga agora.
Eu estava apavorada. E como não estar?
A gente vê isso todo dia no noticiário: homens enlouquecendo de ciúmes, matando as mulheres, os filhos, e às vezes até a si mesmos.
A raiva cega. O amor doentio também.
Mas…
Meu Deus, meu amor…