Celina Alves
Tempos depois…
Estou com um pressentimento. Não é só um atraso ou um enjoo aqui e ali. Meu corpo está diferente. Meu coração também. Sinto... que tem uma vida crescendo dentro de mim.
— Tâmara, vamos na farmácia comigo? — pergunto tentando parecer calma, mas minha barriga parece ter borboletas e não um bebê.
Ela me lança aquele olhar típico de quem já sabe de tudo.
— Achei que nunca ia pedir! Vambora logo antes que essa ansiedade te mate!
Minutos depois, já estamos na farmácia. Eu escolho um teste. Um só. Tâmara me olha como se eu tivesse enlouquecido.
— Um só, Celina? Você tá de brincadeira, né?
— Só preciso de um — insisto, rindo.
— Vai levar quatro! Vai que um dá erro? Melhor prevenir. Vai logo pegar!
— Ai, Tâmara, você é muito exagerada... — pego dois, só pra ela parar de implicar. Mas, no fundo, sei que ela tem razão.
Voltamos para casa, e em questão de minutos estou trancada no banheiro com o coração acelerado. Não preciso nem esperar os cinco minutos. As duas linh