Alissa.
Acordo sentindo muito calor e um afago extremamente bom em meu cabelo, me viro e deparo-me com Akira cheirando meu cabelo.
Será que eu cheiro tão bem assim?
— O que você está fazendo na minha cama? — ele sorri para mim e solta minha mecha, eu não sinto medo com sua proximidade, meu corpo parece reconhecer o seu.
— Eu gosto de você Alissa — diz roucamente perto do meu ouvido e me arrepio, sua voz tem um estranho pode sobre meu corpo.
— Eu também gosto de você Akira, você tem sido muito bom para mim — sua expressão se fecha e fico confusa, será que eu falei algo errado?
— Alissa, eu gosto de você de outro modo.
— Como assim?
— Deixa eu te mostrar? — assinto e dou um grito quando Akira me vira no colchão ficando por cima de mim, ele aproxima seus lábios dos meus e antes que eu possa falar algo os seus lábios me tomam.
Eu nunca beijei, mas me vejo sendo levada por seus lábios e língua habilidosa e é tão bom! A falta de ar me faz afastá-lo e encontro seus olhos que não estão mais verdes e sim na tonalidade de um amarelo intenso, é fascinante.
— É assim que eu gosto de você Alissa.
— Você me conheceu ontem! Como pode gostar de mim assim tão rápido?
— Do mesmo jeito que você gosta de mim doce Alissa — droga, ele está certo, eu mal o conheço e já tenho sentimentos por ele, um estranho.
— E o que isso quer dizer?
— Que você é minha! — ele diz com convicção como se tivesse decidido isso há muito tempo — Minha companheira.
— Companheira? — que droga é essa? O certo não é namorada?
— Sim, eu vou te mostrar algo mais tarde e então você será definitivamente minha.
Eu não estou entendendo essa história de “minha” e “companheira”, e agora ele me diz que tem uma coisa para mostrar, essa cidade e principalmente esse homem parece esconder algo.
— Agora eu quero que você me diga por que veio morar em Floresta Negra. — ele parece curioso e resolvo falar sobre minha decisão de mudar-me para cá, Akira tem sido bondoso e gentil comigo e ele merece nada menos que a verdade.
— Meu padrasto morreu e eu decidi ter uma vida nova em um novo lugar.
— Eu sinto muito — ele diz e balanço a cabeça negando deixando-o confuso.
— Não sinta.
— Você não gostava do seu padrasto?
— A minha mãe teve um caso fora do casamento e isso resultou em mim, meu padrasto a perdoou, pelo menos foi isso que ele me contou, mas a minha mãe morreu dando a luz e ele me culpou, eu sei que matei minha mãe, porém não foi por que eu quis — Akira me abraça com o seu corpo e deito minha cabeça em seu peito — Ele decidiu me criar, entretanto em certo momento ele começou a me considerar um saco de pancadas — seus braços me apertam — Ele me odiava por que eu matei minha mãe e descontava a dor que sentia em mim. Eu queria fugir e estava pesquisando destinos e Floresta Negra apareceu como mágica, mas antes que eu pudesse fugir ele foi morto por um animal selvagem, eu estava no porão onde ele me deixava depois de me agredir, então não vi o que aconteceu.
— Alissa, não é a sua culpa, a morte da sua mãe não foi em vão, ela queria que você viesse ao mundo, seu padrasto que plantou essa ideia horrível de que você matou sua mãe, aqui você está segura, eu vou te proteger com a minha própria vida.
— Você é tão bom e mal nos conhecemos — levanto meu olhar para o seu e sorrimos um para o outro.
— Você vai me conhecer hoje à noite.
— O que tem hoje à noite? — pergunto curiosa.
— Não adianta perguntar, você vai descobrir apenas noite — fico frustrada e cruzo os braços.
— Você fica linda com esse biquinho — jogo o travesseiro nele, mas o maldito desvia!
— Eu não faço biquinho!
— Faz sim.
— Não faço!
— Vem aqui que eu tiro esse biquinho — ele toma a minha boca mais uma vez e me entrego a ele.
[...]
— Eu não sei o que tem hoje à noite, mas vai ter que esperar, eu trabalho, esqueceu? — pego mais uma torrada e passo manteiga, eu nunca tive o luxo de ter uma mesa com um farto café da manhã como este.
Há frutas, torradas, bacon, ovos, bolo, danone, café, leite... Está obvio para mim que Akira é rico.
— Você não trabalha mais — ele diz como se fosse normal e eu fico espantada, Bob me despediu?
— E por que eu não trabalho mais no restaurante? Bob não gostou do meu trabalho?
— Você não irá mais trabalhar por que eu não a quero perto daqueles machos — machos? Por que ele fala como se aqueles homens fossem cachorros? — Eles são perigosos. Houve três casos de estupro no mês passado Alissa.
— Por Deus! As mulheres estão bem?
— Algumas estão traumatizadas — diz com certo pesar na voz — Os culpados foram punidos, mas eu tenho medo que ocorra novamente, e se isso acontecer com você...
— Tudo bem, eu vou ficar aqui se isso vai te fazer ficar calmo.
— Obrigado, eu irei voltar no final da tarde, você pode usar a piscina, a sala de filmes, a academia, o que você quiser, agora essa casa também é sua.
— Na verdade é sua — nada aqui é meu, e agora eu estou morando de graça, preciso de um trabalho que não seja em um restaurante.
— É nossa! — ele diz rispidamente e decido não contrariá-lo, ele levanta e puxa meu queixo fazendo-me encará-lo — Eu venho te buscar no final da tarde Alissa — assinto e sorrio, levanto-me para me despedir e Akira me puxa contra seu corpo me apertando dolorosamente.
— Akira, você está me esmagando — digo sufocada e ele me solta imediatamente.
— Desculpe — ele abaixa a cabeça e encosta nossas testas, ele sorri por um motivo desconhecido e diz — Você é baixinha — dou um soco de brincadeira no seu peito ofendida — Mas é linda e só minha — beija os meus lábios e se afasta — Eu preciso ir.
— Estarei pronta quando você chegar — o acompanho até a porta e ele se vai.
Eu conheço Akira não faz um dia, no entanto já me sinto parte dele, ele me faz sentir protegida e amada, mas ele me esconde algo, essa cidade esconde algo, e eu espero que ele me diga o que é esta noite.
Elisabeth ParkerEu cresci admirando meu Alfa, desde pequena eu dizia para meus pais que me casaria com o Alfa Akira, e eles respondiam que eu apenas me tornaria sua esposa se eu fosse à escolhida para ser sua companheira pelo resto da eternidade, sua companheira de alma e infelizmente não sou, mas isso não quer dizer que eu irei deixar de amá-lo e admira-lo. Tentei muitas vezes me aproximar dele e fazê-lo gostar de mim, nas reuniões da alcatéia eu tentava me sobressair para ganhar sua atenção, porém meus esforços eram todos em vão, um mês atrás eu tentei seduzi-lo e foi um fracasso. Fui a sua casa com a desculpa esfarrapada de que eu havia sido estuprada, estava havendo vários casos na cidade e eu resolvi me aproveitar da situação, o Alfa me recebeu preocupado e me levou a um quarto, pediu para que eu tomasse banho e a seguir encontrá-lo na sala para conversamos, ele queria punir o culpado. Eu tomei um banho e passei um suave perfume que encontrei na pia, me enrolei no roupão e de
AlissaColoco meu vestido verde florido, ele é o único que eu tenho e deixa-me apresentável aos olhos das pessoas, deixo meu cabelo cair e observo-me no espelho, eu nunca me senti bonita e a imagem no espelho mostra uma garota radiando felicidade.Desço as escadas e sento-me no sofá, passei a tarde conhecendo a casa, seus variados quartos, banheiros, piscina, salas e cozinha, entretanto o que chamou a minha atenção foi o extenso jardim que é anexa com a floresta, é difícil imaginar Akira vivendo nessa imponente casa sozinho.Ouço a porta abrir e levanto-me andando em direção aos passos que vem até mim, vejo Akira e o mesmo abre um grande sorriso.— Você está linda — sorrio, ele me pega pela cintura erguendo-me e me beija loucamente, ainda estranho o fato de conhecê-lo apenas um dia e me entregar a ele facilmente, no entanto eu também não luto contra o forte sentimento que está se apoderando do meu coração.— Obrigado — digo assim que nos separamos, Akira coloca-me no chão e nos puxa p
AlissaAkira estaciona o carro em frente ao restaurante da Bob, parece que a noite esta movimentada como ontem, descemos do carro e Akira entrelaça nossos dedos e me aperto ao seu corpo quente, acho que não deveria ter colocado o vestido, mas é a única roupa bonita que tenho.Entramos no restaurante e enquanto passamos homens e mulheres o cumprimentam, eu passo despercebida, porém Akira abre a boca fazendo-me passar vergonha com o que diz.— Cumprimentem a minha mulher — diz firme e fico sem reação ao vê-los fazer uma breve reverência.— Bem vinda — dizem em uníssono, acho que isso nunca deixará de ser estranho para mim.— Obrigado — sorrio meigamente, Akira retorna a caminhar nos levando há uma mesa no canto, a mesma mesa de ontem, daqui podemos ter a visão do restaurante inteiro, acho que ele gosta de observar a movimentação, como Alfa ele deve estar atento a sua volta.Sentamos e Akira coloca o cardápio na minha frente.— Pode escolher o que você quiser — ele puxa-me contra seu cor
ElisabethAbro os meus olhos assim que percebo os passos do macho se afastando, levanto a cabeça e olho para os lados, ele não está mais aqui. Começo chorar novamente, eu deveria ter aceitado a carona de Bob, eu realmente sou uma estúpida que queria sofrer por um amor não correspondido e recebi algo pior. Levanto-me fracamente, minha intimidade dói e arde, pego a bolsa e ando cambaleante, avisto a rua e olho na direção do caminho que dará para a casa do Alfa, eu posso pedir ajuda, mas ele vai dizer que eu estou mentindo novamente. Sigo rua acima em direção a minha casa, ninguém pode descobrir que fui estuprada, se algum dia eu encontrar o meu companheiro ele não irá me querer por isto. Chego em casa e subo para o meu quarto, vou para o banheiro e tomo um longo banho lavando o sangue seco, porém infelizmente não vai apagar a presença daquele monstro dentro de mim. Eu queria poder tê-lo visto, queria poder me vingar... Eu quero saber o que ele injetou em mim, me sinto fraca até ago
AkiraChegamos à floresta onde ocorre as reuniões, todos os lobisomens já se encontram espalhados pela grande mata, eles me veem e abaixam a cabeça em reverencia, minha Alissa segue quieta ao meu lado, mas depois de hoje ela será vista como a companheira e Alfa deles.Seguimos mais a frente e vejo um veado sendo assado em uma pequena fogueira, sento-me no tronco e coloco Alissa sentada em minhas pernas, ela olha ao redor com fascinação, beijo seu pescoço ganhando alguns olhares em nossa direção.Vejo meu pai, minha mãe e Linda, eles andam em nossa direção e sentam-se junto conosco no tronco.— Nervosa? — minha mãe pergunta para Alissa, minha menina sorri timidamente e assente, tão linda e delicada, eu sei que ela será uma ótima Alfa para a nossa alcateia, Alissa tem um coração límpido e tal pureza me conquistou, ela irá encantar nossa alcateia, não tenho duvidas disso.— Não precisa, amor — repito o gesto e ela solta um suspiro, não vejo a hora de marca-la como minha e eu quero fazer
AkiraO cheiro do maldito estuprador sumiu quando paramos na linha do território de outra cidade, isso quer dizer que há lobisomens entrando no meu território e estuprando as mulheres da minha cidade. Eu não quero começar uma guerra, eu apenas quero aproveitar minha vida ao lado da minha companheira, porém os lobisomens do outro lado dessa linha são selvagens e não estão respeitando o nosso trato. Enquanto dirijo para casa falo para o alto falante do meu carro ligar para Erick, o Alfa da cidade vizinha, no terceiro toque ouço a voz profunda do bastardo que nem ao menos consegue controlar seus lobisomens, se ele não fizer algo em relação a esse assunto nós teremos a pior briga de todas as eras, eu já o venci uma vez e posso vencer novamente. — A que devo sua ligação Akira? — Estou com um problema sério com a sua alcateia — viro a curva da minha rua e avisto minha mansão, minha e de Alissa. — Qual? Não me lembro de ter feito algo contra você. — Um de seus lobisomens entrou na minh
AkiraNão vejo como Alissa pode ficar insegura sobre os seus talentos culinários, eu e Brian repetimos o prato várias vezes enquanto nossas mulheres nos olhavam pasmas, eu estava com saudade de uma boa comida caseira, nos finais de semana eu jantava na casa da minha mãe e no meio de semana vivia de restaurantes, mas vejo que isso vai mudar, Alissa cozinha maravilhosamente.Ter uma companheira está me fazendo tão bem! Faz poucos dias que encontrei Alissa, mas meu interior a conhece como minha desde sempre, eu faço de tudo por essa mulher, sem exceção.Seu exterior e interior é belo, ela é doce, simpática e tem um coração maravilhoso, eu soube disso assim que coloquei meus olhos nela.— Obrigado pelo jantar — Brian agradece — Agora vou levar Elisabeth para sua casa, seus pais a esperam e precisamos conversar, eles ainda não sabem que ela encontrou seu companheiro — assinto, percebo o modo como ele a olha, Brian quer reclama-la, mas está se contendo. Elisabeth foi estuprada e é óbvio que
AkiraOs lobisomens começam a uivar assim que a lua nasce plena, pela janela do banheiro consigo vê-la brilhando deixando-me hipnotizado. A cada segundo consigo sentir a presença de Alissa mais forte, seu cheiro está me deixando extasiado, algo que eu jamais senti antes com outra mulher, meu corpo necessita dela.Levanto os olhos e pelo espelho consigo vê-los brilhar pela excitação que corrói meu corpo, consigo sentir Alissa do outro lado da porta deitada em minha cama dormindo, porém preciso me controlar antes de sair do banheiro, não quero assustá-la.Fecho os olhos e abro-os novamente, eles voltaram a sua tonalidade verde, entretanto sei que será por pouco tempo, o lobo dentro de mim está louco para tomar posse do o que é nosso e não irei conseguir contê-lo por muito tempo.Abro a porta do banheiro e ando pelo quarto coberto pela escuridão, consigo enxergar Alissa perfeitamente, ela está vestida com uma camisola e enrolada no lençol, deixo a tolha em minha cintura cair e sigo em su