Dona Larissa levou-me para uma clínica de repouso na Suíça, um centro médico de luxo, discreto e quase invisível aos olhos do mundo.
Depois de ter engolido aquela quantidade absurda de comprimidos, meu corpo já debilitado pelo câncer, quase entrou em colapso.
Foi Dona Larissa quem chegou a tempo e me salvou.
Lembro-me claramente daquele dia: a matriarca, sempre elegante e imponente, ajoelhou-se diante de mim, em lágrimas, pedindo perdão a mim… E aos meus pais, que já não estavam mais neste mundo.
Mas, para mim, nada disso tinha mais importância.
O tumor em meu cérebro era como uma bomba adormecida, enterrada em silêncio, esperando apenas o momento de explodir.
Eu podia morrer a qualquer instante.
Minha única mágoa era o anel de sinete que meu pai me deixara. Estava em pedaços.
Recolhi cada fragmento com cuidado e os guardei em uma caixa de veludo.
Por mais que tentasse, não havia como reconstituir o passado.
Três meses depois, ainda em meio ao tratamento, Leonardo finalmente me encontr