— Oi. — murmurei ao me sentar na cadeira ao lado da cama do hospital.Aiden receberia alta no dia seguinte, e tudo o que eu vinha fazendo era correr entre o hospital e o escritório, incansavelmente. Ele não fazia uma única pausa. Precisava descansar, mas não ouvia ninguém. Nem mesmo a mim.— Aqui está o relatório do projeto do Hotel Paradise que o senhor pediu. — entreguei os papéis e respirei fundo. — E marquei uma videoconferência com o cliente na China. Ele vai ligar às seis da tarde.Ele transformou o quarto de hospital em seu escritório particular, ignorando recomendações médicas, ignorando qualquer apelo. No fim, todos desistiram. E eu... eu só tentei aliviar o fardo que ele mesmo se impunha.— Preciso fazer mais alguma coisa, senhor? — perguntei, tentando manter a compostura.— Você dormiu? — perguntou ele, de repente, me pegando de surpresa.— Dormi aqui ontem à noite, depois que o senhor pegou no sono. — respondi, baixando o olhar.Aiden franziu a testa, incomodado. Empurrou
Na manhã seguinte, Aiden recebeu alta. Disseram que ele precisaria ficar de repoudo pelas próximas duas semanas. Como a boa “namorada” que sou, ou talvez apenas uma tola sentimental, prometi cuidar dele. Empurrei sua cadeira de rodas até o carro e o ajudei a se acomodar. Levei-o para a casa dele. Sim, a dele. Eu já tinha decidido: estava na hora de me mudar. Iria voltar a morar com a Nora.Quando Nora descobriu sobre o contrato, ficou furiosa. Murmurou algumas palavras bem picantes sobre Aiden, que preferi ignorar. No elevador, ajudei-o a subir sem que trocássemos sequer uma palavra. Ótimo. Porque, se ele dissesse algo, talvez eu perdesse o controle e acabasse socando aquele rosto irritantemente bonito.Com cuidado, ajudei-o a deitar-se na cama. Ele resmungou algo incompreensível.— Pare de ser um bebê. — resmunguei de volta, arrancando-lhe os sapatos e retirando os amortecedores. Coloquei seus pés sobre a cama. — Aqui está o seu remédio. — acrescentei, entregando o comprimido na palm
IVY CARTER Aviso: Capitulo contém cenas sexuais sem consentimento. SEMANAS DEPOISAcordei em uma cama vazia, isso virou um hábito, mas ainda é estranho. Ainda estou cuidando do Aiden, porque, sendo o rei da teimosia que ele é, não é surpresa que ele tenha ficado mal-humorado o dia todo. E tentado beber uma ou duas vezes, mas eu o peguei.Levantei e fui para a cozinha. Ainda sou sua empregada. Não foi surpresa ver roupas de mulher espalhadas por todo lugar. Alguém se divertiu muito ontem à noite...Preciso encontrar um novo hobby em vez de ficar cuidando desse bruto, ou este será meu último emprego e vai deixar meus cabelos grisalhos de preocupação.Preparei o café da manhã para o “grande e poderoso” e para quem quer que seja. Depois, dei uma olhada na agenda dele e organizei uma teleconferência com todos os chefes de departamento. Ele está de cama há mais de duas semanas porque tentou se embebedar de novo e teve que ir outra vez para o hospital. Bem feito para ele por não ter se cu
AIDEN WOLFE Elas não significavam nada. Nenhuma daquelas mulheres, por mais bonitas, dispostas ou luxuosas que fossem. Eu as trocava como se trocasse de camisa. Uma hoje, outra amanhã, outra no fim de semana. A cama estava cheia de perfume barato, lençóis amarrotados, gemidos que não diziam nada. Era um teatro. Um maldito teatro em que eu era ator e espectador ao mesmo tempo, esperando que uma delas me fizesse sentir o que eu sentia com a Ivy.Mas não sentia.E a cada tentativa fracassada, eu voltava mais puto, mais frustrado, mais ciente do buraco que ela fez dentro de mim. Eu dizia a mim mesmo que estava tentando esquecer, substituir, apagar. Mas não era isso. Eu queria provocá-la. Eu queria que ela sentisse algo.Que ela explodisse de ciúmes, que gritasse comigo, que me jogasse algo na cara ou me mandasse para o inferno. Qualquer coisa. Um olhar atravessado, uma lágrima, um soco. Mas o que ela fez? Ivy apenas servia o café, organizava meus compromissos, trocava meus lençóis sujos
IVY CARTERAcordei dolorida outra vez.O sol entrava em feixes pela persiana entreaberta, anunciando que era sábado, o que, por sorte, significava um dia longe do escritório. Eu podia voltar para o apartamento da Nora. E precisava disso. Precisava como quem precisa de ar. Agora que compreendi qual é o meu lugar aqui… não quero mais continuar assim. Nada além de uma amante. Um corpo entre os lençóis de um homem que não me pertence.Os dias continuam passando e nada muda.Afastei o braço dele do meu corpo com cuidado. Entrei nua no banheiro, sentindo a ardência a cada passo. Liguei o chuveiro e deixei a água escorrer. Com ela, minhas lágrimas também desceram. Silenciosas e quentes.Não quero mais isso. Não quero me envolver com ele. Quero minha vida de volta, por mais vazia que tenha sido. Quero fugir. Voltar para minha mãe, minha única família restante. Ou talvez procurar o Dante. Até o Daniel parece uma alternativa melhor agora.Foi então que senti sua presença atrás de mim. Sem prec
IVY CARTER — Pai? — Dante perguntou novamente.Eu estava prestes a sair, mas ele segurou minha mão com firmeza.— Você não precisa ir embora por causa dele, Ivy. — disse, com a voz firme, ainda olhando para o homem à nossa frente. — Eu tenho uma família de verdade aqui, e é com ela que quero passar meu tempo. Não com alguém que entra e sai da minha vida como se fosse a porta do próprio escritório. Não. Eu não vou mais permitir isso. Ok... acho que fui pega no fogo cruzado. O velho não respondeu de imediato. Seus olhos se fixaram no filho, e após alguns segundos de silêncio desconfortável.— Senta. Quero falar sobre uma coisa, Dante. — Ele respirou fundo antes de continuar. — Você nem usa mais meu sobrenome. Foi difícil te encontrar, mas você conquistou tantas coisas notáveis em tão pouco tempo. Dante... estou orgulhoso de você.Senti como se estivesse interrompendo um momento íntimo. Pensei em sair discretamente, mas o aperto na minha mão só aumentava. Dante não queria que eu fosse
IVY CARTER Observei minha mãe andando pelo café onde trabalhava. Ela parecia mais frágil e cansada. E ela tem apenas 35 anos. Agora estou na faculdade, no ano passado, consegui me formar mais cedo e também ganhei a bolsa de estudos. Minha mãe sempre foi minha heroína, embora ela tenha me dado uma única regra: “nunca se apaixone por um bilionário”. Ela se apaixonou e se arrependeu, pois ele a usou apenas para uma noite e a deixou lá com uma criança para cuidar. Ainda é um assunto delicado para ela, sobre o qual nunca pretendemos falar. Ela tinha apenas dezesseis anos quando me teve e largou tudo para me criar como uma pessoa responsável. Enfim... Não é como se eu fosse a pessoa mais bonita do mundo e um bilionário de repente me encontraria e se deixaria ser seduzido por meus encantos. É uma regra bem fácil de se cumprir, certo? Minha mãe sorriu para mim enquanto atendia outro cliente. Eu queria assumir o turno dela por alguns dias, pois estava livre depois das provas deste s
IVY CARTER DIAS DEPOIS. Acordei com o despertador tocando. Era o último dia do meu turno, e era fim de semana. Eu estaria ocupada desde cedo, e a tia Anne me mandou fazer meu pão especial. Desci as escadas e beijei minha mãe, que estava preparando o café da manhã para mim. Sentei-me e engoli tudo. Despedi-me da minha mãe e caminhei em direção ao café, que ficava a uns dez minutos de caminhada da minha casa. Entrei e logo o aroma fresco do café me atingiu. Cumprimentei a tia Anne e comecei a assar os pães. Eram oito horas quando terminei e coloquei os pães dentro das vitrines. — Mesa 2. — disse outra garçonete, amiga da minha mãe, cujo nome eu descobri ser Samira. — Entendi, Sami. — eu disse e fui até a mesa, mas precisei olhar duas vezes quando vi quem era. Acho que ter o que eu desejo não é algo que consigo facilmente. Era o mesmo homem de antes. Mas ele estava vestido casualmente, sem mencionar que estava com uma sensualidade de dar água na boca. Mas não pensarei muito nisso.