Capítulo 180

As palavras cravaram-se em Ian como punhais de gelo. O mundo parou. As cores desvaneceram-se. O som tornou-se abafado, como se estivesse debaixo de água. Ele já não sentia o chão sob os pés.

Ele saiu do quarto como um sonâmbulo, o corpo a mover-se por inércia. Cada passo era um fardo, como se carregasse o cadáver invisível do avô nos ombros. O corredor, outrora um espaço familiar, parecia alongar-se infinitamente à sua frente, um túnel sem fim. As luzes fluorescentes brancas ardiam nos seus olhos como lâminas, ampliando a dor de uma cabeça que já latejava de agonia.

Olívia viu-o de longe, parada ao lado de Carla, o seu rosto pálido e expectante. Mas quando os seus olhares se cruzaram no caos daquele corredor, não houve necessidade de palavras. Ela viu a paisagem devastada nos seus olhos. Viu o menino órfão por trás do homem de negócios. E entendeu.

Ela correu. Os seus passos ecoaram no linóleo, e ela atirou-se para os seus braços, envolvendo-o num abraço firme, desesperado, uma âncora
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