O sol ainda nem havia aquecido as ruas direito quando Dominic estacionou seu carro em frente à cafeteria. Observou o movimento discreto do lugar, o brilho tímido nas janelas, o aroma de café escapando pelas frestas. Havia algo naquela mulher que o desafiava, que o fazia sair do seu mundo sombrio e colocar os pés em um chão mais suave.
Isabella estava ao balcão, organizando algumas xícaras com as funcionárias. Os cabelos presos num coque bagunçado, o avental marcando sua cintura, a expressão concentrada. Linda. Serena. Inalcançável.
Ela o viu antes de qualquer palavra ser dita. O coração acelerou. Fingiu estar distraída, mas seu corpo inteiro sentiu a presença dele. Dominic entrou como um furacão silencioso, olhos fixos nela.
— Está com cara de quem dormiu mal — ela disse, mantendo a postura, mesmo com o peito agitado.
— Não dormi mesmo — ele respondeu, se aproximando até que pudesse ouvir a respiração dela. — Eu te devo uma explicação.
— Olha... se for sobre o dia do jantar, tudo bem.