O prédio da OAB estava lotado. Gente por todos os lados, nervos à flor da pele, canetas estalando entre dedos trêmulos, suspiros profundos. Eu respirei fundo antes de entrar na sala, a mão repousando instintivamente sobre minha barriga, ainda discreta, mas cada dia mais real. Era o nosso bebê. Meu e do Dante.
Apesar do nervosismo natural da prova, meu coração estava em paz. Não tinha recebido mais nenhuma ameaça desde a carta. Dante estava mais presente do que nunca. Queria que eu me mudasse com ele, dizia que queria nossa família segura. E por mais que eu ainda estivesse tentando conciliar minha antiga vida com a nova, já não conseguia me imaginar sem ele.
A prova foi cansativa, mas fluiu. Respondi questão por questão com precisão. Quando finalmente entreguei a folha e deixei a sala, senti o alívio escorrer pelos ombros como água morna. Era o fim de uma etapa.
Saí do prédio e segui pela calçada, procurando meu celular na bolsa. Foi quando senti uma sombra se aproximar rápido demais.