As luzes de Viena brilhavam ao longe, ofuscadas pela neblina densa que começava a se espalhar pela zona industrial da cidade. Salvatore caminhava em silêncio entre contêineres enferrujados, os passos firmes, os olhos atentos. Ele sabia que aquela era a última peça do jogo. O fim de tudo. E Voronin estava perto.
Um grito abafado ecoou. Ele sacou a arma.
A comunicação no fone de ouvido chiou.
— Contato visual negativo — murmurou uma voz da equipe de apoio. — Nada na ala norte.
Salvatore não respondeu. Algo dentro dele dizia que era pessoal demais para qualquer interferência.
Virou uma esquina. A respiração saía pesada, o ar gelado misturando-se com a tensão em seus músculos.
E então ele parou.
Voronin estava ali.
No centro do corredor formado pelos contêineres, cercado por sombras. O sobretudo preto esvoaçava com o vento, os olhos frios fixos em Salvatore como se o tempo não tivesse passado.
— Sabia que viria — disse Voronin, um sorriso torto nos lábios. — Um soldado obediente