O avião cortava as nuvens em silêncio, e a cabine privada parecia um universo à parte, isolado do mundo lá fora. Olivia estava sentada ao lado da janela, o olhar perdido na escuridão do céu noturno, enquanto os dedos brincavam distraidamente com a manta sobre o colo.
Salvatore estava ao seu lado, em silêncio, com o corpo tenso, mas os olhos... os olhos voltavam para ela a cada minuto, como se confirmar que ela estava ali fosse sua âncora.
O beijo ainda pairava entre eles — não falado, não comentado, mas presente em cada olhar que se cruzava, em cada centímetro entre suas mãos que por pouco não se tocavam novamente.
— Você está arrependido? — a voz de Olivia veio baixa, quase um sussurro, sem tirar os olhos da janela.
Salvatore demorou a responder. Seus olhos seguiram o contorno do rosto dela à meia-luz, antes de encarar o vazio à frente.
— Não. — foi tudo o que disse.
Ela virou-se um pouco, apenas o suficiente para vê-lo de perfil.
— Então por que parece que está fugindo