O voo foi tranquilo. Isadora manteve os olhos fechados a maior parte do tempo, tentando controlar a ansiedade que a consumia por dentro. Cada lembrança, cada respiração, trazia de volta o rosto de Rafael, a imagem que não saía de sua mente. Assim que o comandante anunciou o pouso em São Paulo, ela sentiu o coração acelerar. Estava de volta.
Ao descer do avião, o ar quente e úmido a envolveu, contrastando com o clima frio de Buenos Aires. O aeroporto estava movimentado, mas ela só procurava um rosto entre tantos — e logo o encontrou. Laura estava ali, sorrindo emocionada.
— Isa! — chamou, abrindo os braços.
As duas se abraçaram forte, num misto de alívio e saudade.
— Achei que nunca mais fosse te ver, amiga... — disse Laura, com os olhos marejados.
— Eu também — respondeu Isadora, respirando fundo. — Mas agora estou aqui.
Laura a observou com ternura.
— Vamos pra casa, tá? Você precisa de um banho, descansar um pouco... depois a gente vai pro hospital.
Mas Isadora balançou a cabeça com