O sol ainda nem havia rompido o horizonte quando Thiago despertou. O quarto estava em silêncio, e o som distante dos carros na rua parecia mais baixo que o habitual. Virou-se na cama, e por um instante, acreditou que Isadora ainda dormia no quarto ao lado.
Levantou-se devagar, coçando a nuca, e foi direto para o banheiro. Ligou o chuveiro e deixou a água quente cair sobre o rosto, tentando espantar o cansaço. Minutos depois, enquanto enxugava o cabelo com a toalha, o toque insistente do celular que havia deixado sobre a cômoda ecoou pelo quarto.
Pegou o aparelho sem olhar o número, ainda meio sonolento.
— Alô?
Do outro lado, uma voz apressada e tensa falou algo que o fez congelar. O sangue pareceu sumir do rosto.
— O quê? — ele perguntou, incrédulo. — Como assim ela está no aeroporto? Que horas é o voo dela?!
Antes mesmo de ouvir a resposta completa, seus olhos caíram sobre a carta deixada sobre o criado-mudo. O coração disparou. Avançou até ela com os olhos marejados.
Guardou o papel