O carro cruzava silenciosamente as ruas ainda adormecidas de Buenos Aires, envoltas pela névoa suave da madrugada. No banco traseiro, Isadora dormia profundamente, com a cabeça recostada no ombro de Rafael. Enrolada na manta que ele colocara sobre seu corpo e aquecida pelo blazer que a envolvia como um abraço silencioso, ela parecia tão serena que Rafael não teve coragem de acordá-la. Limitou-se a acariciar suavemente seus cabelos, em silêncio, com o olhar fixo no rosto adormecido da mulher que, aos poucos, desmontava as barreiras que ele levara anos para construir.
Ao chegar ao hangar particular, o jatinho já os aguardava, com a equipe pronta para a decolagem. Rafael desceu primeiro, conversou brevemente com o piloto e com seu assistente Andrés, e logo voltou ao carro. Com cuidado e eficiência, abriu a porta e a tomou n