A luz suave do meio-dia atravessava as cortinas grossas da suíte, aquecendo o ambiente com um brilho dourado e sereno. O som distante da cidade mal alcançava a cobertura, criando uma bolha de paz ao redor deles. Isadora abriu os olhos devagar, sentindo o corpo aninhado ao de Rafael sob os lençóis ainda revoltos da intensa e preguiçosa manhã que haviam compartilhado. Ela sorriu, sentindo seus dedos entrelaçados aos dele.
— Já é quase hora do almoço — ela murmurou com a voz rouca de sono. — Dormimos demais...
Rafael riu baixinho, com a voz grave e lenta.
— Melhor forma de recuperar as energias... — disse, beijando o ombro dela com carinho.
Ele acariciou seus cabelos, observando seu rosto com ternura. Não havia pressa, apenas aquela tranquilidade rara de quem começa a se acostumar com a presença um do outro. Por um instante, parecia que a vida lá fora não existia.
— O que acha de almoçarmos fora? — propôs ele, tocando a ponta do nariz dela com o dedo. — Conheço um restaurante em San Telmo