Rafael virou-se, cruzando os braços enquanto a observava por alguns segundos. Um meio sorriso debochado surgiu nos lábios.
— Então... se divertiu muito ontem ouvindo aquelas modinhas?
Ela piscou, surpresa. O comentário zombeteiro, que claramente fazia alusão ao cantor Thiago, era carregado de uma pontada de ciúmes.
— Desculpa? — respondeu, erguendo uma sobrancelha.
— Vi você ontem à noite. No Café Pontal. Achei que tinha ido descansar... — O tom dele era ácido, mas disfarçava algo mais.
Isadora o encarou com frieza. Seu peito se apertava, mas não demonstraria fraqueza.
— A minha vida pessoal não interfere no meu profissionalismo, senhor Duarte. E se o senhor está preocupado com isso, posso garantir que não haverá nenhuma interferência na empresa.
Ele franziu o cenho por um instante, como se as palavras dela o tivessem ferido. Desviou o olhar para o tablet em sua mesa, deslizando o dedo sobre a tela como se procurasse foco.
— Ótimo. Amanhã embarcamos para a Argentina. Temos uma reunião