Margarida
Mesmo que o som parecesse vir de algum lugar distante, eu sabia que estava saindo de mim: os gritos e meu corpo tremendo nos braços de Ronaldo. A sensação de sufocamento em meu peito parecia querer me explodir.
— Margarida, amor, eu sinto muito… Eu sinto tanto… — disse, a voz trêmula.
— Não…
Ronaldo conseguiu me pegar no colo e me levar para o quarto, onde me deitou com cuidado na cama. Sentou-se na ponta e começou a massagear meus pés.
Mas eu estava inquieta, eu queria… Eu queria… vingança e tudo o que fosse possível.
— Me conte tudo, quero ouvir. — exigi.
Ronaldo suspirou pesadamente, mas começou a falar. Pelo que entendi, só eu ainda não sabia dessa tal investigação.
Aparentemente, a morte dos meus pais não foi um acidente, e sim algo provocado.
— Só nos resta saber quem. — concluiu, mas seu rosto dizia que ele já tinha um palpite.
— Eu quero saber de tudo, não me esconda mais nada. — insisti.
— Eu prometo, querida. — afirmou.
Na hora do almoço, eu ainda esta