Ronaldo
É hoje.
Não aguento mais esconder de Margarida o que descobri há algum tempo. Ela parece saudável e não corre nenhum risco. Talvez, se eu conversar devagar e explicar a ela direito o que estou vendo nesses papéis, exista uma forma menos dolorosa de falar sobre isso.
Fechei a pasta pela terceira vez. Minha perna já estava dormente de tanto bater, numa tentativa de aliviar a tensão.
Meu telefone tocou nesse momento, me tirando do transe.
— Sim? — atendi, sem nem mesmo ver quem era.
— Onde você está? A polícia tem um mandado de busca para a residência de João e também para a sede da JS — meu advogado anunciou. — Se tudo correr favorável, eles vão achar algo... tem que achar. — suspirou pesadamente.
— Me avise sobre tudo o que acontecer. Não me esconda nada. Talvez eu não tenha tempo de acompanhar em primeira mão, vou precisar resolver um assunto pessoal. — expliquei.
— Tudo bem, só liguei para avisar. Até mais.
Guardei o telefone no bolso, decidido a contar para Margarida. Segure