— Se qualquer coisa acontecer…
— Eu já sei, você entra lá e acaba com a palhaçada. — terminei a frase sorrindo. — Eu sei, amor, está tudo bem.
Ronaldo observava tudo ao redor, deixando explícito o quanto odiava absolutamente cada detalhe daquela situação. Ele estava preocupado comigo e ainda mais irritado com João por, segundo meu marido, ter ficado feliz com a minha visita.
Agora atravessávamos os corredores, cada passo nos levando mais perto da sala de conversas. Eu me sentia surpreendentemente calma, mesmo sendo um momento estressante para todos nós.
— Margarida, vamos. Ele está aguardando. — o advogado informou.
Ele apontou para a porta. Eu e Ronaldo entramos; antes de seguir, meu marido beijou minha testa e me abraçou forte. Depois, recuou apenas o suficiente para me observar caminhar até que eu parasse diante do vidro.
João estava do outro lado, vestindo o uniforme da penitenciária. Parecia ter envelhecido dez anos nesse período. Puxei a cadeira e me sentei. Ainda não tinh