AUGUSTO
  Eu caminhei de um lado para o outro na sala, sentindo a raiva borbulhar dentro de mim. Lucas e Júlio estavam sentados no sofá, os olhos cravados em mim, esperando que eu falasse. Meu coração ainda martelava no peito desde o jantar de ontem. Tudo tinha desmoronado diante dos meus olhos, e eu não podia permitir que aquilo continuasse.
  — Vocês não têm ideia da merda que aconteceu — comecei, apertando os punhos.
  Lucas cruzou os braços, impaciente.
  — Então desembucha logo, Augusto. Por que tanta pressa pra gente voltar pra cá?
  Respirei fundo, tentando organizar a explosão de pensamentos na minha cabeça.
  — Os pais do Alexandre passaram o controle total da empresa para ele — cuspi as palavras com desprezo.
  Os olhos de Júlio se estreitaram.
  — Como assim? — ele perguntou, se inclinando para frente.
  — Exatamente o que eu disse! — bati a mão na mesa. — Aqueles dois idiotas decidiram que agora que Alexandre vai ser pai, ele ‘amadureceu’ e merece ser o novo dono da empres