66. Formalidade e sentimento
Acordei com o peso do dia anterior ainda pendurado nos ombros. Mas havia algo diferente: decidi que não poderia me mostrar frágil diante de Kairos, não mais. Escolhi minhas roupas com cuidado, me arrumei mais do que o normal — não de forma sensual, mas com uma postura firme, elegante, que deixasse claro que eu estava pronta para encarar o que viesse.
Cheguei ao escritório com passos decididos, segurando o envelope marrom nas mãos. Cada vez que pensava em entrar na sala dele, meu coração acelerava, mas dessa vez eu estava preparada. Respirei fundo, apertei o envelope contra mim e bati na porta do escritório.
— Pode entrar — ouvi sua voz firme, grave, carregada de autoridade.
Empurrei a porta e entrei. Kairos estava sentado atrás da mesa, mexendo em alguns papéis. Olhou para mim, e por um instante pude ver algo diferente em seus olhos: surpresa. Não era a surpresa de um homem apaixonado, mas algo mais sutil, quase desconcertante.
Caminhei lentamente até a mesa dele, cada passo calcu