67. Uma noite para esquecer
Escolhi me arrumar de um jeito que jamais faria no trabalho. Nada de roupas formais, nada de salto desconfortável que me fizesse lembrar de que o mundo exige perfeição o tempo inteiro. Hoje eu queria ser leve, divertida, mas ainda assim bonita, confiante. Soltei o cabelo em ondas naturais, que balançavam sobre meus ombros, e escolhi brincos um pouco maiores, que chamavam atenção sem esforço. Combinei com uma blusa que deixava as costas amostra, mas elegante, com uma calça justa que alongava minhas pernas. Quando me olhei no espelho, sorri levemente. Mesmo carregando aquela bagagem de emoções, ainda podia me sentir bonita, viva, capaz de sorrir de verdade.
Chegando ao endereço que René me passou, fiquei sem fôlego. Era uma casa enorme, iluminada por luzes discretas no jardim, que piscavam entre as árvores e destacavam o verde escuro da grama bem cuidada. Cada detalhe parecia pensado para criar um clima acolhedor e animado ao mesmo tempo. Meu coração acelerou, não de medo, mas de expe