Logo entramos para dentro de casa. O céu escuro escondia a lua parcialmente, e o vento soprava suavemente pelas árvores, trazendo aquele perfume de grama molhada e flores. Kairos andava ao meu lado, ainda com aquela aura de segurança que parecia envolver tudo ao redor. Eu podia sentir cada passo dele, cada gesto, e mesmo sem falar nada, nosso silêncio carregava uma tensão que já não se podia ignorar.

— Acho que vou tomar um banho rápido — disse ele, olhando-me de forma intensa, como se esperasse minha reação.

Eu disse ”tudo bem,” sem conseguir tirar os olhos dele. Mesmo que fosse apenas um banho, cada detalhe da sua presença me afetava de um jeito que eu ainda não sabia controlar.

Enquanto ele desaparecia pelo corredor, fiquei por alguns segundos absorvendo o silêncio do ambiente. O som distante da água correndo da pia, misturado ao chiado suave das árvores do lado de fora, fazia parecer que estávamos em outro mundo, longe de tudo. Depois de meia hora, eu caminhei até o quarto de hósp