Códigos de Resistência
A manhã seguinte nasceu abafada e inquieta, como se até o céu soubesse que o Refúgio dos Sonhos já não era um lugar completamente seguro.
Clara acordou antes do sol, revisando mentalmente cada passo do plano traçado. Havia algo sagrado em cuidar de uma comunidade ferida uma promessa silenciosa de que ninguém mais seria deixado para trás.
Luna e Joana se dividiram em duplas com os adolescentes mais velhos, fingindo atividades recreativas para iniciar o treinamento silencioso.
Nada parecia diferente para quem olhasse de fora: futebol improvisado, oficinas de arte, música sob as árvores…
Mas havia códigos ocultos por trás de cada movimento.
— Quando eu disser “passa a bola”, você corre até aquele galho caído e finge que está se escondendo. Entendido, Manu? Cochichou Joana.
— Sim. Aí espero o sinal de volta, né?
— Isso. E lembra:
A mão sobre o ombro quer dizer “perigo real”. Joana piscou, como se fosse uma brincadeira.
Já no celeiro, Luna treinava um grupo me