Sombras no Horizonte
A manhã começou mais abafada do que o normal. O céu, encoberto por nuvens baixas, deixava o ar pesado, como se prenunciasse uma tormenta.
Clara acordou antes do sol nascer. Havia algo dentro dela que não sossegava.
Desde que Alfredo comentara sobre os pneus próximos ao portão de serviço, ela não conseguia mais ignorar a possibilidade de estarem sendo observados.
Alfredo já estava em ação. Reunira dois de seus homens e fazia uma varredura detalhada nas redondezas, com drones de vigilância e equipamentos de escuta ambiental que tinha guardado desde suas missões internacionais.
Ele não estava disposto a correr riscos.
— Nada deve escapar da gente. Dizia, enquanto repassava os pontos cegos com um marcador vermelho sobre o mapa aéreo do Refúgio.
Clara apareceu na sala de segurança com um café em mãos.
— Dormiu alguma coisa?
— Um pouco. Mas a tensão não me larga. Ele respondeu, sem tirar os olhos do monitor.
— Encontramos pegadas próximas ao alojamento infantil. Alg