Cenas de Cura
No terceiro dia de ensaios, o galpão da Fazenda Feitiço do Sol Nascente já parecia outro. As paredes decoradas com desenhos das crianças, o palco improvisado com paletes de madeira, os bancos feitos de feno e cobertores coloridos.
Tudo exalava vida, cor, e principalmente, um sentimento de pertencimento.
Joana e Paola distribuíam as falas com animação, enquanto Gabriel afinava um violão antigo que trouxe do Rio Grande do Sul.
Alfredo e Éder montavam o sistema de som com caixas simples, mas funcionais.
— Hoje é dia de cena aberta. Anunciou Joana, chamando atenção do grupo.
— Isso significa que vamos apresentar uma parte da peça para o nosso público especial:
—Nossos tios e os adolescentes mais velhos.
As crianças se entreolharam, nervosas. Alguns sorrisos desapareceram por um instante. Valentina agarrou a mão de Enzo.
— Será que eles vão gostar?
— Vão sim. Disse ele, confiante.
— Você grita igual uma pedra de verdade.
Todos riram. A tensão se dissolveu no ar como poei