No escritório, onde o cheiro almiscarado do desejo me atinge em cheio.
Nosso recente beijaço ainda paira no ar. Se ele percebe, não demonstra, mas se move sutilmente até a janela e, como um cavalheiro, abre-a sem fazer comentário algum. Até mesmo meu copo vazio está sobre a mesa dele, que eu pego... colocando de volta na mesinha lateral junto com a garrafa de uísque.
— Gostaria que você participasse da corrida da alcateia esta noite, Runa! — Isso foi uma ordem, não um pedido.
— Claro, Alfa.
— Vai dar aos membros da alcateia a oportunidade de ter o primeiro vislumbre de sua Luna, a menos que...
— A menos que?
— A menos que você não pretenda ser a próxima Luna desta alcateia. — Os olhos dele queimam nos meus, o cinza-acinzentado se transformando em uma chama alaranjada enquanto me examina, observa minha reação. Agora sentado à mesa, apoia os cotovelos no tampo e leva as mãos ao queixo.
— Eu... eu não pensei muito sobre isso. — Faço questão de não deixar meus olhos revelarem nenhum sinal