Suspirei fundo e caminhei até o outro lado da cama. Sentei-me na beirada, de costas para ele, sentindo o peso daquela lembrança se instalar em meus ombros.
— Eu e minha irmã, Ava... — comecei, com a voz baixa — crescemos em um orfanato. Não tivemos pais... nem ninguém que quisesse nos adotar. É difícil alguém querer adotar duas crianças juntas.
O silêncio de Ethan foi absoluto. Virei-me um pouco e percebi que ele me observava, a expressão marcada por algo que se aproximava da compaixão, mas ele não disse nada.
— Quando éramos crianças, assistíamos às outras irem embora de mãos dadas com seus novos pais. E nós... nós só ficávamos lá. Sempre esperando, sempre sozinhas.
— E nunca... ninguém apareceu? — ele perguntou, a voz baixa, quase um sussurro.
Balancei a cabeça, lutando para manter a compostura.
— Nunca. Era só eu e Ava. Nós prometemos uma à outra que sempre nos bastaríamos. Que não precisávamos de mais ninguém.
As memórias apertaram meu peito até doer. Senti os olhos arderem, e po