O primeiro brinde
Daniela Marçal
O ar finalmente clareou.
Aquelas últimas palavras de Xavier — “Eu sou seu, Daniela Marçal. E a Olívia é nossa.” — foram mais valiosas do que qualquer contrato de bilhões de euros. Eu podia ver a rendição nos seus olhos, não como derrota, mas como a esperança mais aterrorizante e pura. Ele estava, de facto, desarmado, e cabia a mim guiar para fora do campo de batalha.
O sorriso dele era ainda incerto, mas genuíno. Era o primeiro passo, a primeira parcela de tudo que poderíamos fazer.
— Bom. — A minha voz suavizou, deixando para trás a armadura da CEO implacável. Estendi a mão e toquei a sua, finalmente transpondo aqueles poucos centímetros que nos separavam. — O CEO metódico fez uma confissão terrível. Vamos, então, celebrar esta trégua.
Peguei a garrafa de Château Margaux 1999 e servi o vinho, depois o meu copo. Era o vinho do seu ano de graduação, um símbolo do seu passado. Esta noite, ele brindava no futuro.
— Ao nosso voto — declarei, levantando