O gesto que não pude controlar
Xavier Lancaster
Olhei para a Daniela, sentada no tapete à minha frente. A luz da lareira dançava nos seus olhos, transformando o castanho intenso em mel, seus cabelos sedosos brilhavam com a luz crepitante quem vinha do fogo. Ela estava a exigir a minha rendição total, a exigir que eu trocasse a minha armadura por um sentimento que eu mal sabia soletrar, mas que surpreendente estava disposto a fazer essa troca.
Ela tinha tocado o meu rosto, e a suavidade do seu toque era um contraste gritante com a aspereza da minha confissão: "tenho medo de que... você vá embora".
Eu sou um homem de controlo. A minha vida é uma folha de cálculo; cada variável é gerida, cada risco mitigado. E, no entanto, ela estava a me dizer que a minha única saída era um salto cego para a emoção.
— Você não vai embora, a menos que você me mande, aí sim, não teria como contestar. — A promessa dela era um âncora na minha tempestade.
Eu deveria responder com lógica. Deveri