O jantar da rendição
Xavier Lancaster
O restaurante de cobertura era um refúgio de vidro e luz fria, o cenário perfeito para o teatro de alta tensão que se desenrolava entre nós. A vista panorâmica do centro financeiro era a minha paisagem habitual, mas esta noite, não conseguia desviar o olhar do meu "ativo funcional".
Daniela estava impecável, claro, mas a sua perfeição estava agora temperada com uma eletricidade que a tornava perigosamente real. Os meus pais tinham nos irritado, e isso, ironicamente, nos uniu de uma forma que jamais imaginei.
O garçom serviu o vinho, um Château Margaux 1999, o meu ano de graduação, e se retirou, nos deixando sozinhos sob as estrelas de cobertura. O silêncio que se seguiu não era de negócios; era o silêncio de uma bomba-relógio.
Tic tac
— Os seus pais — ela começou, quebrando o silêncio, a sua voz baixa, mas firme. — Eles são… o par de ativos perfeito, como você disse.
— Eles são a razão pela qual eu odeio a ideia de um casamento de con